Município de Castro Daire


Artesanato

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Indíce do artigo
Artesanato
Cestaria
Olaria
Tecelagem
Palhoça
Chapéu de palha
Tamancos
Campainhas e chocalhos
Ferreiros
Latoaria
Cooperativas de Artesanato
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O artesanato reflete uma cultura secular do modo de vida castrense que ao longo das gerações souberam, de uma forma ímpar, transformar a matéria-prima de que dispunham em objetos utilitários e decorativos dignos de serem apreciáveis e utilizados quer pela sua originalidade quer pelo seu encanto.


Cestaria

A Cestaria recorre aos materiais que existem na região, à semelhança de tantas outras artes, podendo ser cestaria em verga também designada de madeira-rachada (usando normalmente a madeira de castanho e também o carvalho) ou cestaria breza, a qual utiliza como matéria-prima a palha de centeio, a silva e por vezes o vime.
Estes utensílios eram utilizados nas mais diversas atividades, desde a vindima, ao transporte de produtos agrícolas, armazenamento, etc.


Olaria

Os recipientes utilizados na cozinha, como jarras, púcaras, cafeteiras e outros eram quase sempre realizados em barro, por artesões locais. O mais famoso oleiro de todos neste concelho foi o Sr. José Maria de Ribolhos. Este produzia utensílios em barro preto, assim chamado devido ao tipo de cozedura que dava a tonalidade negra.
Com o desenvolvimento e modernização do tipo de vida, o Sr. José Maria virou-se para a olaria artística, criando um género artístico muito próprio, nomeadamente figuras de arte popular (algumas destas figuras encontram-se em exposição no Museu Municipal de Castro Daire) dando-lhe renome a nível nacional, sendo objecto de diversas reportagens na televisão, artigos em publicações dedicadas ao artesanato.


Tecelagem

A tecelagem surge quase como consequência do pastoreio, sendo o uso de lã generalizado. Por todo o concelho se tosquiava  as ovelhas, fiava a lã e daí se faziam as peças de vestuário mais grosseiras, como as meias, casacos e a indispensável capucha, de uso diverso que proteje  do vento e frio e conserva o calor corporal, ainda hoje utilizada mais na zona norte do concelho. Na confecção do burel era indispensável o Pisão, instrumento rudimentar, tosco e pesado, que consistia  em apertar a trama e a teia de modo a torná-lo espesso e resistente. Esta acção ainda  lava, desengordura e liberta os fios soltos do tecido. Após o tratamento, o tecido além de ficar com um tamanho muitas vezes três vezes inferior ao original, adquiria uma textura que o tornava praticamente impermeável à chuva.
O linho era bastante cultivado  no concelho, praticamente em  todos as aldeias de maior densidade populacional havia teares e  tecedeiras.
Na preparação do linho conseguia-se três fios distintos. O mais fino era para a preparação do denominado puro linho (utilizado para confeccionar roupas de festa, toalhas requintadas, entre outros), um fio médio designava-se de  tomentos e o fio mais grosso chascos ( resultava num tecido mais grosseiro).    Destas peças fazia-se roupa, como camisas, calças, lenços, avental, toalhas, lenções, almofadas, revestimento de colchões feitos de folhelho, etc.


Palhoça

A  Palhoça, ou também designada de coroça, caroça,  croça ou ainda palheira,  é uma peça de vestimenta e agasalho do homem quando este saía de casa para ir com o gado, virar a água, entre outros afazeres, ficando protegido das intempéries. Elaborada em junco, matéria-prima local que cresce fartamente nos lameiros e é cortado no inicio do verão. Os artesãos para a confeccionarem executam várias tarefas que vão desde maçar o junco, construir  as tranças ou carreiras para depois organizar todo o corpo  à palhoça com o seu cabeção, abas ou bacalhaus. É também fabricada uma peça complementar que são os polainos utilizados para proteger as pernas até ao cimo do joelho ou até ao joelho.  Outra peça que apresenta uma morfologia semelhante é o capucho. É uma espécie de capa como a palhoça só que integra um capuz e é normalmente destinado à mulher.



Chapéu de palha

O  chapéu de palha é bastante utilizado,  quer de Verão protegendo do sol, quer de inverno  salvando da chuva.  A matéria-prima utilizada era a palha de centeio, onde se seleccionavam os caules (colmo) de centeio mais resistentes. Estes caules eram, então, entrançados em número de cinco ou sete formando tranças. Na sua forma original, o chapéu é constituído por uma copa, segundo a medida da cabeça, e uma aba larga, que se constrói sobre o joelho começando pelo calote fazendo avançar as tranças num movimento espiral cosendo-as com agulha e linha. Procedendo ao mesmo sistema, avança e alarga o movimento das tranças até conseguir a largura da aba pretendida.


Tamancos

Os tamancos eram um excelente calçado para os pastores, lavradores que andavam em caminhos incertos, ruas e calçadas irregulares cheias de água e até estrume.
A matéria-prima utilizada na preparação do tamanco é o couro e o pau de amieiro (pau resistente).
Os pés eram protegidos  e aquecidos com as meias de lã feitas com cinco agulhas


Campainhas e chocalhos

Esta é uma das tecnologias que guarda alguma memória das primeiras fundições de metais. É o fabrico de campainhas e chocalhos que satisfaz uma necessidade duma região ligada à partorícia e à criação de gado bovino.
O bronze, com três mil anos de existência no nosso concelho, a liga de cobre e o estanho são a matéria-prima utilizada. Como fonte de calor utilizava-se uma pequena forja para a fundição do metal o qual era depois vertido para o molde , hoje substituída por uma ventoinha.
O artesão constrói, previamente, moldes de madeira que depois transita para moldes de areia onde fica registada a forma da peça que está a preparar, quer seja chocalho ou campainha.
O artesão trabalha por encomenda ou vende os seus artefactos na própria oficina ou nas feiras onde se desloca.
As pequenas peças de bronze, como estrelinhas, losangos, etc, que ornamentam as grandes coleiras (pele de vaca curtida) que envolvem o pescoço dos bovinos bem como as fivelas que as prendem são fundidas também na oficina.


Ferreiros

O trabalho duro que é exigido sobre a bigorna e as muitas horas passadas junto da quentura de uma forja atingiu extremos neste concelho, o que se prevê o seu desaparecimento.
Nas forjas tradicionais são poucos os ferreiros que trabalham, houve no entanto uma reconversão e transformaram algumas forjas em serralharias mecânicas, abandonando os esquemas antigos.
Os ferreiros que ainda subsistem montam as suas tendas nas feiras do concelho para venderem a sua obra.


Latoaria

Os plásticos vieram substituir a folha de flandres entrando esta em decadência.
Com a introdução da  energia eléctrica houve uma limitação na utilização dos candeeiros e candeias. Contudo, ainda se vão encontrando algumas peças de iluminação, utilizadas quando há um corte de energia ou onde ainda não existe a energia eléctrica.
Ainda se pode encontrar ao longo do concelho peças como regadores e cântaros.


Cooperativas de Artesanato

Cooperativa de Artesãos do Montemuro – Mezio
Tecelagem em lã e linho, Trapologia, Miniaturas em madeira, Bonecas com trajes regionais, Cestaria, Rendas e Bordados
Estrada Nacional 2
3600-402 Mezio CDR
Telef: (+351) 254 689 815
Fax: (+351) 254 689 247

Capuchinhas
Produção e Venda de Vestuário Artesanal, C.R.L.
3600-371 Campo Benfeito - Gosende – Castro Daire
Telef./ Fax:  (+351) 254 689 160
www.capuchinhas.blogspot.com – Email: Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

Cooperativa de Combate ao Frio – Relva
Tecelagem, Vestuário em lã e linho
Relva – Monteiras
3600-475 Castro Daire
Telef. (+351) 937 293 996

Cooperativa de Artesanato Lançadeiras de Picão, CRL
Tecelagem, Trajes Tradicionais, Vestuário, Rendas e bordados
Rua da Tapada 1
3600-540 Picão CDR
Telef: (+351) 232 373 777